País de Poucos - Fabio Brazza, Nocivo Shomon

País de Poucos - Fabio Brazza, Nocivo Shomon

Год
2019
Язык
`португал`
Длительность
218250

Төменде әннің мәтіні берілген País de Poucos , суретші - Fabio Brazza, Nocivo Shomon аудармасымен

Ән мәтіні País de Poucos "

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País de Poucos

Fabio Brazza, Nocivo Shomon

Eu nunca fui CDF na nota

Mas meu rap declara mais que CPF na nota

Pega o PDF e anota

Trago a carga que sobrecarrega a mente

E se a rima é um frete então eu vim pra ser o chefe da frota

Do DF ao RJ, com uma condição

A nossa seleção aqui não é a CBF que vota

É de Mos Def e Sabota

E resgata a criançada

Com uma autoestima e cultura

Numa postura que nem a UNICEF adota

O rap importa

E quando o estado fecha escola

Diz pra mim quem vai abrir a porta?

(Quem?)

E não preciso ser bom aluno

Pra saber que a boca da fome

Mata mais que a boca de fumo

Esse é o resumo da vida de consumo que nos consome

E a fama de forma infame

Ainda fomenta muita fome

É foda, iPhone e TV plasma

Mas a escola ainda é precária

E a saúde é um hospital fantasma

Ostentando seus troféus

Aquele que senta no trono dos reis

Desconhece o banco dos réus

Desfila impunemente o lorde dos falsos

E a Justiça é como a serpente, só morde os descalços

Não é o mesmo crivo moral no livro penal

O crime é relativo, e depende do indicativo social

Se o moleque rouba: «Vai pro presídio marginal»

Mas a empresa é absolvida de outro genocídio ambiental

Esse é o Brasil, um país de poucos

Esse é o Brasil, um país dos bolsos

Cortaram as pernas do povo

Mas o poder é controlado pelos braços do polvo

Esse é o Brasil, um país dos porcos

Esse é o Brasil, um país dos lobos

País dos tolos

Não é que não existe a lei

Mas é que a lei aqui não é pra todos

Fazendo free com o Fábio, acendi outra brasa

Mil planetas pra NASA, canetas na faixa de Gaza

Hip-Hop minha casa, extravasa menino

Menos eu pra nós chegar, unir Judeu Palestino

Rap é nosso hino, pique doutor destino

Neto de dona Inácia, sagaz igual Severino

Filho da dona Selma, fluente no português fino

Que sempre me dizia: «Nando, tome atino»

Fui tomar mais juízo, no bote só tinha coca

Dispensei, pedi Fanta, serviram Pepsi choca

Sociedade, ator que morre no rio

A mesma não se comove com tanta morte no Rio

Mais um copo vazio pra quem tem sede de fútil

Ser foda tem tantos querendo, difícil é se tornar útil

Inútil gastar saliva com os donos da verdade

Quem acha que sabe tudo não sabe nem da metade

Terra da impunidade, vieram de caravela

Tanta coisa mudou, senzala virou favela

Entre beco e viela, fui pedir a mão dela

Onde morre Escobar com mente pra ser Mandela

Seu time ganhando, cegando mais patriotas

Estamos contando corpos, eles contando as nota

Anedota adota cota da TV racista

Mil escravos na novela, um pra capa de revista

Quantos na entrevista fogem da guilhotina

Que ignora currículo julgando a melanina

Coca, cafeína, nicotina liberada

E a droga da farmácia com a venda deliberada

Álcool vicia, cirrose, morte na estrada

Então explica porque maconha é discriminada?

Manipulada a nação que segue cega igual gado

Apreciando a tela de um Da Vinci perturbado

Como mudar o quadro presos a moldura

Tá sobrando MC onde falta rima madura

Que muda o menor de fura com cultura e leitura

Pra não fugir da escola e nem da viatura

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